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CÔNEGO JOSÉ ARMÊNIO CRUZ

Data de Nascimento: 28/09/1915

Pároco: 1949-1954

   Caminhando para o final de nosso percurso histórico através dos paroquiatos de nossa Catedral Metropolitana de modo a compreendermos um pouco as inter-relações estabelecidas ao longo do tempo no seio de nossa Igreja, trataremos de Cônego José Armênio Cruz, popularmente conhecido por seu segundo nome e oitavo cura da Catedral.

   Quando de seu nascimento e durante sua preparação sacerdotal, sua cidade natal, a vizinha Patos de Minas ainda compunha geograficamente a Diocese de Uberaba que só viria a se constituir enquanto sede diocesana em 1955 o que justificou seu ingresso no clero secular uberabense após sua ordenação sacerdotal. Nascido em 28 de setembro de 1915, filho de Armênio Camillo da Cruz e Judith

Cônego José Armênio Cruz

Moraes da Cruz, fez seus estudos teológicos no Seminário do Coração Eucarístico de Jesus em Belo Horizonte e recebeu o diaconato nesta mesma cidade por meio de D. Fr. Sebastião Thomaz, OP, no dia 06 de agosto de 1939. Naquele tempo, a ordenação presbiteral costumava acontecer logo em seguida à ordenação diaconal, todavia o bispo de Uberaba D. Luiz Sant’Ana havia sido enviado para Botucatu e Uberaba vivia um período de sede vacante. Pouco tempo após a posse de D. Alexandre Gonçalves do Amaral, o jovem Armênio Cruz que contava com seus vinte e quatro anos foi ordenado sacerdote junto com outros dois seminaristas: os futuros Pe. Ângelo Casagrande e Mons. Genésio Borges que chegaria ao cargo de vigário-geral arquidiocesano.

   Após sua ordenação foi enviado para sua cidade natal para ser vigário-coadjutor de Patos enquanto o vigário era Mons. Manoel Fleury Curado. Permanece em Patos por pouco tempo, entre fevereiro e abril de 1940. Em 21 de abril de 1940 assume o paroquiato da então Igreja de Santo Antônio e São Sebastião, atual Adoração Perpétua, no alto das Mercês. De forma concomitante a essa posição, ainda em 1940 e, portanto, no ano seguinte a sua ordenação, assume a posição de diretor-editor do informativo diocesano, o jornal Correio Católico, posição que manteria por mais de uma década e que, sob sua direção, se converteria de semanário para diário, aumentou consideravelmente o número de assinantes e tiragens e foi modernizado tanto no quesito técnico da impressão e distribuição do jornal como no seu formato mais jornalístico mais profissional e abrangente e menos restrito aos assuntos religiosos. Como um de seus editoriais argumentava, tratava-se de informar a população católica uberabense sobre assuntos políticos, religiosos, esportivos e culturais que aconteciam tanto em Uberaba, no Brasil ou no mundo sob o crivo teológico e cristão – seriam os primórdios do chamado jornalismo cristão.

   Em 1949 foi instituído pároco da Catedral e estendeu seu paroquiato até 1954 – exatamente o período em que o Correio Católico torna-se diário exigindo-lhe maior disponibilidade. Durante este período de cinco anos, muitos acontecimentos transcorreram a vida religiosa e política uberabense, muitos em grande parte diretamente relacionados à abnegada atuação de D. Alexandre. Em 1949 as irmãs concepcionistas chegam a Uberaba e se instalam na rua Afonso Rato enquanto em dezembro deste mesmo ano realizou-se o I Congresso Eucarístico na cidade. Nas eleições municipais de 1951, através da Liga Eleitoral Católica – LEC, elegeu-se pela primeira vez uma vereadora mulher, a jovem liderança católica, Helena de Brito. Também neste período o eminentíssimo cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Carlos Motta, visita Uberaba por duas ocasiões: a primeira em 1951 por conta das comemorações de São Marcelino Champagnat, fundador na Congregação Marista e em 1952 na formatura da primeira turma da FISTA de quem foi paraninfo. Finalmente, é deste período o famoso embate através dos órgãos da imprense entre D. Alexandre e o médio Dr. Benjamim Pável, diretor do Centro de Saúde de Uberaba sobre surto de febre tifoide no Colégio N. Sra. das Dores.

   Retirou-se da Catedral em 1954 para dedicar-se ao Correio Católico, seu grande legado.

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